Psicanálise e Diagnóstico

A obra psicanalítica tem como finalidade estudar as “causas secretas” que movem um ser ao sofrimento. Diante disso, para nos livrar desse “mal” que tanto perturba, a Psicanálise considera importante a compreensão dos processos psíquicos inconscientes.

Desta forma, para entender os sintomas geradores de sentimentos desprazerosos, essa clínica se baseia na análise da singularidade, da estrutura psíquica do sujeito. A técnica que a teoria freudiana utiliza para isso é principalmente, a fala do analisando (associação livre), a escuta (atenção flutuante) do material verbal trazido pelo paciente e a transferência/contransferência.

O ato psicanalítico deve ser composto por algumas entrevistas iniciais, em que os conteúdos trazidos pelos pacientes servirão como ‘hipóteses diagnósticas’, que é quando o analista consegue prever e antecipar o que vai ser estabelecido no tratamento, através do que é vivenciado nos encontros paciente/analista, na relação transferencial. Mas o lugar que ocuparmos de inicio não estará fixado para sempre nem pelo analista e nem pelo paciente. É uma oposição que tem um caráter inicial, flexível e mutável.

Em relação a isso, Joel Dor (1991) diz que as interpretações, então, devem ficar suspensas, relegadas a um devir e, por fim, apoiada no encontro paciente/analista.

Desta forma, é possível afirmar que o diagnóstico na psicanálise não é etiológico, diferencial e com implicações lógicas – como na Medicina, em que o médico, após observar os sintomas do paciente, teria como objetivo determinar ou classificar a natureza da doença, indicar o tratamento mais adequado e, por fim, estabelecer o prognóstico.

Na Psicanálise, estudamos a estrutura do sujeito, que tem como característica ser única. A causalidade psíquica não é objeto de leis no sentido empírico e restrito. Em outras palavras, não há relações, inferências estáveis ou fixas entre as causas psíquicas e os efeitos sintomáticos na determinação de um diagnóstico para a Psicanálise.

Assim, para estabelecer um diagnóstico em Psicanálise, é preciso escutar e entender os processos que tecem a malha dinâmica e complexa que constituem a subjetividade de indivíduo.

Para finalizar, tudo isso só poderá ser analisado se o sujeito pensa e espera que a experiência analítica o possibilitará desvendar o conflito inconsciente, que é entendido como principal fonte de seu sofrimento psíquico e dos seus sintomas. Assim, o paciente que decide iniciar o trabalho de análise, precisa se comprometer ao tratamento com seu analista, desejando conhecer sua própria problemática psíquica. O profissional, por sua vez, também terá que pensar nos seus limites, na sua capacidade de investir e preservar uma relação com determinado paciente.

Renata Posi

O que é avaliação psicossocial ?

Considerando a importância da saúde e da segurança dos profissionais que trabalham em ambientes desfavoráveis e hostis, o Ministério do Trabalho, através das Normas Regulamentadoras NR-33 e NR-35, que tratam respectivamente de atividades em Espaços Confinados e Trabalho em Altura, exige de todas as empresas, a Avaliação Psicossocial. As normas referem-se à:

Espaço Confinado (NR-33): “é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados para a entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou o enriquecimento de oxigênio”.

Trabalho em Altura (NR-35): “é toda atividade executada acima de 2,00m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda”.

A avaliação psicossocial tem como objetivo de analisar a história clínica pessoal e ocupacional do colaborador, através de aplicação de testes psicológicos específicos. Esta avaliação é realizada por um psicólogo que tenha especialização em psicologia clínica e avaliação psicológica, com registro profissional no respectivo conselho (CRP).

A avaliação deve ser executada no momento da seleção do candidato assim como periodicamente, visando identificar os aspectos psicológicos, emocionais e comportamentais para trabalhar em segurança em locais considerados de alto risco.

Portanto, o objetivo da Psico Plus é oferecer medidas preventivas em relação à saúde mental dos colaboradores, buscando a redução dos acidentes de trabalho, dos índices de absenteísmo e afastamentos ocasionados por transtornos emocionais (depressão, estresse, distúrbios de ansiedades, síndrome do pânico, entre outros).

Para maiores informações acesse o site do Ministério do Trabalho: www.mte.gov.br/legislacao/norma

Renata Posi e Tânia Taglieri

Os quatros B mais importantes para a criança

Brincar

O que significa a palavra BRINCAR?

O verbo brincar está na nossa vida diariamente. Brincar sempre foi e sempre será uma atividade espontânea e muito prazerosa, acessível a todo ser humano independente da faixa etária, classe social e econômica.

BRINCAR é:

  • Comunicação e expressão, associando pensamento e ação;
  • Um ato instintivo-voluntário;
  • Uma atividade exploratória;
  • Uma atividade que auxilia as crianças no seu desenvolvimento físico, psíquico, emocional e social;
  • Um meio de aprender a viver e não apenas uma diversão

O brincar é o conjunto de ações lúdicas desenvolvidas pelo homem, manifestada por meio do jogo ou da brincadeira, com o uso ou não do brinquedo como suporte.

Brinquedos

O brinquedo não é para a criança apenas um passatempo, mas é estímulo para seu espírito e fantasia. Através do brinquedo a criança encontra um meio de preparação para a vida futura, é uma forma que a criança possui de experimentar coisas novas ampliando assim seu contato com o mundo que a cerca. Além de dar prazer, o brinquedo, desenvolve a inteligência, a motricidade, atenção, criatividade, iniciativa e etc.

Brincando as crianças constroem seu próprio mundo e os brinquedos são ferramentas que contribuem para esta construção, pois proporcionam à criança demonstrar e criar fantasias de acordo com suas vivências e experiências.

Brincadeiras

Brincadeiras referem-se basicamente a ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada. Na brincadeira, a criança não está, apenas desenvolvendo comportamentos, mas manipulando as imagens, as significações simbólicas que constituem uma parte cultural a qual está submetida.

Brinquedotecas

A brinquedoteca é o espaço criado com o objetivo de proporcionar estímulos para que a criança possa brincar livremente”. (CUNHA, 1997 p.13) Segundo, Nylsen Helena da Silva Cunha, fundadora da Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBri), a proposta da brinquedoteca é a do brincar pelo brincar, onde não há um objetivo específico, as crianças brincam livremente com o que querem e do jeito que querem.

Têm como objetivos:

  • Tentativa de salvaguardar a infância, nutrindo-a para o crescimento saudável;
  • Trabalho terapêutico e preventivo (doença grave e problema familiar);
  • Brinquedos que atendam suas reais necessidades;
  • Atender as crianças com necessidades especiais;
  • A resiliência no brincar: termo da Física que a Psicologia e a Pedagogia usam para dizer que a criança por mais pressão que tenha, ela volta ao estado normal por meio do brincar.

Para Cunha, a brinquedoteca deve ser um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitado o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro e um ambiente especialmente lúdico. É um ambiente onde convida a criança a explorar, a sentir e experimentar.

O Brincar, os brinquedos, as brincadeiras e as brinquedotecas são tão importantes para as crianças, como o sono e a alimentação garantindo uma boa saúde física e emocional.

Tãnia Taglieri